segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Vesana Tendência



Onde entusiasmos insanos te tocam, onde a tua própria face distorce
Caminhe sobre as terras do intermúnio
Pelos que te atingem tão profundamente quanto um flagelo na carne
Nessa terra onde o ar paira álido, e deveras soturno

Vai atrás de teu rosto, mas cautela pois e funesto teu caminho
Arranca tua língua, para que o sestro não te obrigue a contar teus segredos
Pelos desejos daqueles que vos tem , eu sou a sombra que te segue..
O sonho lindo, caminho vetusto entre dores e medos.

Os nostálgicos pensamentos que amargavam sua noite
Eles ainda te afligem, e no silêncio dos pássaros que voam
O tempo escoa, aos cochichos estrondosos do açoite
Aos icores da minha ira cantam as nuvens que trovoam
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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Um cadáver de poeta - Alvarez de Azevedo

Um dos meus escritores preferidos ...

Levem ao túmulo aquele que parece um cadáver! Tu
não pesaste sobre a terra: a terra te seja leve!
L. UHLAND.


I

De tanta inspiração e tanta vida
Que os nervos convulsivos inflamava
E ardia sem conforto...
O que resta? uma sombra esvaecida,
Um triste que sem mãe agonizava...
Resta um poeta morto!

Morrer! e resvalar na sepultura,
Frias na fronte as ilusões — no peito
Quebrado o coração!
Nem saudades levar da vida impura
Onde arquejou de fome... sem um leito!
Em treva e solidão!

Tu foste como o sol; tu parecias
Ter na aurora da vida a eternidade
Na larga fronte escrita...
Porém não voltarás como surgias!
Apagou-se teu sol da mocidade
Numa treva maldita!

Tua estrela mentiu. E do fadário
De tua vida a página primeira
Na tumba se rasgou...
Pobre gênio de Deus, nem um sudário!
Nem túmulo nem cruz! como a caveira
Que um lobo devorou!...


II

Morreu um trovador — morreu de fome.
Acharam-no deitado no caminho:
Tão doce era o semblante! Sobre os lábios
Flutuava-lhe um riso esperançoso.
E o morto parecia adormecido.
Ninguém ao peito recostou-lhe a fronte
Nas horas da agonia! Nem um beijo
Em boca de mulher! nem mão amiga
Fechou ao trovador os tristes olhos!
Ninguém chorou por ele... No seu peito
Não havia colar nem bolsa d'oiro;
Tinha até seu punhal um férreo punho...
Pobretão! não valia a sepultura!

Todos o viam e passavam todos.
Contudo era bem morto desde a aurora.
Ninguém lançou-lhe junto ao corpo imóvel
Um ceitil para a cova!... nem sudário!

O mundo tem razão, sisudo pensa,
E a turba tem um cérebro sublime!
De que vale um poeta — um pobre louco
Que leva os dias a sonhar — insano
Amante de utopias e virtudes
E, num tempo sem Deus, ainda crente?

(...)
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segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Versatus Vagare


Me pergunto até onde se estende este ludíbrio
Vaidosa e insana que muitos chamam de vida
A pervagar velhos versatus
Por passar a extinguir alma entristecida

E que caiam  os valetudinários em impeto
Aguardo que não cruzem minhas veredas
Pois pisarei em vossas carnes imundas
Eis que lhes advirto em certeza

Atormentada alma em agonia
Percorrendo mundos em dores e gritos
O que buscas em tamanho desespero
Levando fúria incansável contigo

Das tuas vísceras, farei cordas
E na maldita lira do amanha
Cantarei minha suprema glória
E sorrirei pelo teu afã
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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Canto do alcion


Por anos almejei reencontrá-la
Sendo guiado apenas por amor em meu coração
Mas quase destruido por amargura
Saudades, lamúria e pura aflição...

Quantas vezes debrucei em prantos
Sonhando com o dia que voltasse pra mim
Por não tê-la em meus braços
Para que tudo viesse a ser normal enfim.

Mas em um dia qualquer como outro
Meu coração me disse para ir te buscar
Antes que fosse tarde demais
Antes que meus olhos comecem a sangrar...

Parti...

Antes do por do sol
Caiu a noite, minh'alma em chamas
Coração convicto
Qua por ti clama!

Me disseram que tinhas ido para outra cidade
Segui atentamente os passos teus
E em solidão decepcionado, minha vida em calamidades
Não sei se seus olhos querem reencontrar os meus.

Ontem encontrei uma pessoa que me falou de ti
Felicidade brota em meu coração
Me disse que sabia onde tu moravas
Lancei jornada, mesmo a temer que seja ficção...

Chegando vi uma mulher,
Não era você...

Conversamos muito, e ela me entregou uma carta
E me disse o local de sua morada
Lágrimas escorreram por minha face
Lamento semi-eterno, dor que eu esperava

Entrei no carro e voltei para casa
Estava exausto, iria te ver no dia seguinte
Já que esperei vários anos, um dia não faria diferença
Meus sentimentos me perturbarão, mas não fará sentença.

Cheguei, este é o endereço que a mulher me dera...

Apesar de tudo, é um prazer revê-la
Conversei muito tempo com você
Voltei vários outros dias
Sempre a conversar

Infelizmente hoje é o último dia que venho
Deixei um presente para você
Várias flores, as suas favoritas
Coloquei em seu túmulo...

Sentirei saudades, amor!
Adeus...
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Ninnevy



Espero que o vento, leve o aroma de meus desejos
E que amanha essa magoa não exista mais
Que tudo volte a ser como antes
Porque você sempre esteve presente

Tudo não passou de um pesadelo
E  nem a dolência de não te ter aqui
Também não existiu...

Lembra, Tu me disse que nunca me deixaria
Que sempre estaria ao meu lado..
Você prometeu.

Que agonia em mim, e doloroso viver sem você
Saber que nunca mais te verei
Que a cada dia eu padeço sem você
Mais se eu morro pouco a pouco
Pouco a pouco eu estou mais perto de ti...

Deixo-te essas flores.. Como faço todos os anos..

Amo-te... Sempre e sempre.
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domingo, 28 de novembro de 2010

Ventos de Lamúria

Quando simples canto de passaro me acordar
Levantarei em furia por tua presença
Tu me causas odio em pensar
Em lagunas, meu coração se enche de lamuria

Por tua presença..

Ei de correr aos mais altos montes
Para que nosso destinado destino
Não forme espirais de lagrimas
Para que minh'alm para de sangrar
Cessando meu triste lamentar

Por tua presença...

Eu sou simplorio odio e dor
Derramado ao rio, misturado ao ar
Em intenso ardor..

Va embora para que meu futuro venha se irisar
Como a primavera cala o inverno
Como o sorriso cala o choro
Deste pesadelo irei acordar

Va embora tua presença me enoja
Presença agoniante e tempestuosa
Va embora...
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